Nascida em 07 de agosto de 1910, Caetana Américo Sowzer, a eterna Iyá Caetana Bamboxê ou Iyá Caetana Lajuomim, que em yorubá significa “mãe dos olhos d’água”, foi uma das iyalorixás mais proeminentes de seu tempo.

Filha do grande babalaô Felisberto Américo Sowzer – o Benzinho, com Damázia Maria das Candeias, logo aprendeu com o pai os segredos dos búzios. A ponto de caber a ela, em sua geração na Família Bamboxê, o cargo de Apetebi, grande honraria para uma filha de Oxum. Sempre ligada à Casa Branca do Engenho Velho, onde quase nada era feito sem consultá-la, Iyá Caetana fundou, em 1941, o Ilê Lajuomim, dando continuidade ao seu legado ancestral.

Figura ímpar, de conhecimentos profundos e simpatia incomparável, Iyá Caetana de Oxum era também costureira e apreciadora das artes, ficando conhecida como a Iyalorixá que tocava violino. Seus violinos, objetos pessoais e sua grande trajetória podem ser apreciados no Museu Lajuomim, inaugurado em 1994 no Terreiro Pilão de Prata.

Iyá Caetana Bamboxê Lajuomin, ontem, hoje e sempre em nossas vidas, tocando o violino que traz alegria, transmitindo os segredos que trazem sabedoria. Amparando a todos no colo de Oxum.

“Não sei o que é candomblé. Eu sei o que Mãe Caetana me ensinou.” (Pai Air José)

Poliglota, engenheiro, membro da maçonaria, homem de seu tempo e, acima de tudo, o último e um dos mais respeitados babalaôs da história do candomblé, Felisberto Américo Sowzer (Oguntosí) – o legendário Benzinho de Ogum, nasceu em julho de 1877 na cidade de Lagos (Nigéria), durante o período em que sua mãe, Iyá Maria Júlia Martins de Andrade, lá viveu com o marido, o também babalaô Eduardo Américo de Souza (Ifaxesin). Estudou em colégios ingleses e, cumprindo o legado ancestral desde seu avô Bamboxê Obitikô, aprendeu os segredos do Opelê Ifá, técnica oracular de grande prestígio.

Felisberto Sowzer é apontado por muitos estudiosos como o grande responsável pela organização do Jogo de Búzios tal como hoje é praticado, sistema oracular conhecido no Brasil como merindilogun. A este respeito, veja neste site o artigo “Sistema Divinatório Bamboxê”, de autoria de Júlio Braga, na página dedicada à SPAB.

O legado e a luz de Felisberto Sowzer de Ogum, de uma forma ou de outra, ilumina não apenas os membros da Família Bamboxê, mas todos os babalorixás e iyalorixás do candomblé brasileiro que aprenderam os segredos oraculares do Jogo de Búzios através desta matriz.
Maria Júlia Martins de Andrade (Xangô Biyi), filha mais velha de Bamboxê Obitikô, nasceu por volta de 1856 em Salvador (BA), realizando sua primeira viagem a Lagos (Nigéria) aos 17 anos de idade, em companhia de seu pai. À época, Iyá Julia cruzou o Atlântico algumas vezes, fixando-se definitivamente em Salvador no ano de 1896.

Mas foi em Lagos (Nigéria) que Iyá Júlia gerou e criou seu primogênito, Felisberto Américo Sowzer - o Benzinho, fruto do casamento com o babalaô Eduardo Américo de Souza.

O famoso período do “Fechamento dos Portos” demonstra a influência de Iyá Júlia na Bahia de seu tempo: já estabelecida havia anos na capital baiana, a fim de evitar que seu filho Felisberto Sowzer continuasse as idas e vindas sucessivas entre Brasil e Nigéria, Iyá Júlia fez com que fossem interrompidas as viagens transatlânticas entre Salvador e Lagos. Como consequência, Benzinho fixou-se no Brasil, vindo a se tornar um dos maiores babalaôs da história do país.

Iyá Júlia tem papel fundamental na ancestralidade da Família Bamboxê e na transmissão de segredos de culto, sendo até hoje lembrada com profundo respeito e admiração.
Registrado em Salvador como Rodolpho Martins de Andrade, o babalaô nigeriano Bámgbósé Obítikó foi figura central na constituição da liturgia do candomblé no século 19. Reverenciado como Tio Bamboxê pelo povo-de-santo, foi o grande responsável pela organização do culto ao orixá Xangô no Brasil, divindade a quem pertencia.

A ligação de Tio Bamboxê com Xangô fica evidente em seu nome, que significa “ajude-me a segurar o oxê”, referência ao machado duplo empunhado pelo orixá da justiça.

Sacerdote na África e no Brasil, realizou inúmeras viagens transatlânticas e deixou fecunda descendência nos dois continentes, havendo em Lagos (Nigéria) um bairro que leva seu nome.

Bamboxê Obitikô realizou rituais fundamentais para o estabelecimento das primeiras casas de candomblé Ketu no Brasil, como a Casa Branca do Engenho Velho (BA) e o Opó Afonjá do Rio de Janeiro. Contribuiu também na fundação do Sítio de Pai Adão, primeiro culto nagô de Pernambuco.

Saiba mais a respeito do grande ancestral do candomblé brasileiro na página da SPAB – Sociedade de Preservação do Àse Bámgbósé.

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