Nascido em 20/09/1940, no bairro de Brotas (Salvador/BA), Air José Souza de Jesus é filho carnal de Pedro Antônio de Jesus e de Tertuliana Souza de Jesus, da linhagem sanguínea direta de Rodolpho Martins de Andrade, Bamboxê Obitikô.
Mas foi sua tia carnal e espiritual, a grande iyalorixá baiana Caetana Américo Sowzer (Lajuomim) quem o criou desde a mais tenra idade, tendo-o iniciado para o orixá Oxaguiã, aos 6 anos.
Da Oxum de Iyá Caetana, Pai Air recebeu o nome de BISILOLA, que significa "nascido para a riqueza", cultivando até hoje grande adoração pelo orixá das águas doces. Costuma lembrar que foi feito por três filhas de Oxum, uma vez que participaram de sua feitura Tia Massi, então iyalorixá da Casa Branca do Engenho Velho, e Sinhá Margarida (Oxum Gadê), sua mãe pequena.
Uma vez iniciado, o jovem Aizinho, como era apelidado, passou a acompanhar cada passo de Iyá Caetana, tanto no Ilê Lajuomim quanto na Casa Branca: cada folha colhida nas matas, cada ritual, cada jogo de búzios, cada segredo deixado de herança por sua família sanguínea e espiritual, desde seu triavô Bamboxê Obitikô, passando por sua bisavó Maria Júlia Martins de Andrade, por seu avô Felisberto Sowzer, o legendário Benzinho, tido como o último babalaô da Bahia, até que o legado chegasse às suas mãos por Iyá Caetana.
No início da vida adulta, após idas e vindas entre Salvador e Rio de Janeiro, cidade em que era muito procurado para consultas, Pai Air finalmente se fixa em Salvador para assumir a missão de manutenção de sua tradição religiosa ancestral, sempre amparado pela companhia inseparável de Iyá Caetana.
Em janeiro de 1961, Pai Air José funda o Terreiro Pilão Prata (Ilê Odô Ogê), em terreno situado no Alto do Caxundé, bairro da Boca do Rio (Salvador/BA). Um ilê de Oxaguiã, que é seu dono. Mas também de Oxum, seu eterno "berço" desde Iyá Caetana. E com a grande responsabilidade de zelar pelo culto ao orixá Xangô, herança ancestral legada por seu triavô, Bamboxê Obitikô, dando continuidde à tradição de matriz Queto no Brasil.
Dentre as incontáveis honrarias públicas recebidas nos mais de 50 anos de história, destaca-se o tombamento do Terreiro Pilão de Prata pelo Governo do Estado da Bahia, no ano de 2004. E a Medalha Zumbi dos Palmares, outorgada a Pai Air José no ano de 2011, em recolhecimento aos serviços prestados na defesa da cultura afrobrasileira.